Don't pretend to be like everyone else.
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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Vida Mundana

Estava uma manhã fresca e a vida decorria com normalidade.
A esplanada no exterior do café começava a encher-se de turistas com mapas da cidade numa mão e máquinas fotográficas na outra. O habitual para aquela altura do ano.
De repente, ela apareceu do outro lado da rua resplandecendo à luz da manhã. Havia algo de peculiar nela. Algo de raro. A rua ganhara vida á sua passagem, o seu andar era altivo, porém, não andava; flutuava por entre os transeuntes que passavam, com uma tal subtileza que parecia inacreditável.
Dela brotava uma substancia quase angélica que o fazia ficar com o olhar cravado nela sem que o pudesse evitar.
Aquilo que parecia durar há horas desapareceu num ápice; em escassos segundos aquele ser único foi engolido pela multidão que se aglomerava na frente do café entre os correios e o velho e degradado edifício do Teatro, há muito fechado. Sem deixar rasto desapareceu e deixou assim uma réstia de esperança de que voltasse deixando assim para trás a mundana e habitual vista do escaparate do café, a qual fazia já parte da sua vida, tal como o habitual cheiro a tabaco do interior do café que todos os dias teimava em se entranhar nas suas roupas.     

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