Don't pretend to be like everyone else.
Just be yourself.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Vida Solitária

A chuva caía intensamente naquela tarde invernal, escorrendo pela calçada formando um pequeno riacho junto dos passeios. Os eléctricos subiam e desciam a pequena rua apinhados de gente. A rua estava deserta, porém havia alguém que permanecia ali debaixo de chuva. Estava sentado no degrau do número 27 sem se mexer, olhava para o chão sem realmente o ver. Estava bem longe daquela pequena ruela de Lisboa. Algo o atormentava, algo o fazia viajar até aos confins da sua alma, até aos sítios mais obscuros e inexplorados da sua mente. Imóvel como uma estátua permanecia ali, naquele pequeno degrau de mármore desgastado pelos imensos anos de uso, sem que a chuva o demovesse.
A chuva entranhava-se nas roupas, escorria-lhe pelo rosto em finos fios de água caindo-lhe aos pés. A claridade diminuía e ele ali continuava embrenhado nos seus pensamentos longe da realidade. O fato agora totalmente encharcado começava a gelá-lo, mas nem isso o fazia “acordar”, estava perdido na solidão em que vivia, na realidade que o envolvia. A pistola repousava a seu lado carregada com uma única bala. Distava apenas uns meros centímetros da sua mão esquerda, roxa pelo frio que se sentia.
A vida perdera o sentido.

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