É inacreditável como ao mesmo tempo que estamos num profundo
silêncio a nossa mente pode estar tão barulhenta, tão agitada com imensas
ideias e pensamentos. Somos capazes de criar situações hipotéticas, de viajar
centenas, milhares, milhões de quilómetros sem sequer nos darmos conta de que o
estamos a fazer.
Contrariamente áquilo que se pode dizer, é indiscutível que
o ser humano é uma das criaturas mais fantásticas que existem na face da terra,
senão mesmo o ser mais fabuloso que algum dia existiu. Algo que me surpreende
em nós é a nossa própria necessidade de estarmos ligados a alguém, a nossa
necessidade de nos inserirmos numa sociedade. A nossa coletividade.
Estabelecemos relações inacreditáveis com outros seres
humanos. Ligações tais que através de uma força inexplicável nos fazem
estabelecer relações sentimentais muito mais fortes do que se poderá imaginar.
Sofremos porque outros sofrem. Rimos quando outros riem. Somos felizes se os
outros também o forem.
Mas existe algo que me confunde… Sendo o Homem o ser mais
inteligente do Mundo, o único racional e, por vezes, tão individual e egoísta;
que sentido terá ele ser tão dependente de quem o rodeia? Que sentido terá ele
sentir a necessidade de se integrar numa coletividade?
Não será senão a constante necessidade que o Homem sente em
ter sempre alguém para com quem partilhar as suas ideias, com quem poderá ter
os mesmos sonhos, com quem usufruir da sua própria vida. Necessitaremos sempre
de alguém que nos apoie nos piores momentos, que nos alerte e avise quando
estivermos perto de cair. Que sonhe tão alto como nós. Que não fuja, que
permaneça. Alguém que leia os nossos olhares sem necessitar sequer de uma única
palavra. Alguém que seja nosso cúmplice. Necessitaremos sempre desse cúmplice.
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